Lua de Mel é um termo que representa o período de celebração privada do casal que sucede ao casamento.
A origem mais antiga do termo se reporta à Babilônia, quando o pai da noiva dava uma bebida produzida com água e mel ao seu genro, logo após a cerimônia do casamento, para que tomassem nos primeiros trinta de dias de casados, contados pelo calendário lunar, na expectativa que sua filha ficasse grávida de um menino forte, um varão!
Nos tempos modernos o termo gerou um mercado riquíssimo de consumo! Quantas oportunidades de se gastar dinheiro em torno desse termo! A mais tentadora é com certeza a viagem! O casal mal pronuncia a intenção de ficarem noivos e já começam a traçar planos para a viagem de Lua de Mel. Umas vão durar realmente um mês! Outras, já ouvi dizer, até um ano! As mais convencionais acontecem em uma semana.
Seja qual for o tempo determinado, a viagem acaba, o casal deixa a casa de seus pais, em sua maioria, e chegam de malas prontas em sua nova morada.
Será esta a hora que o casamento começa? Já ouvi dizer isso! A Lua de Mel é uma diversão fantasiosa e passageira, que nada tem a ver com o casamento, um mero evento comercial. Eu não penso assim.
Independente de simples ou suntuosa que tenha sido a viagem, tudo o que acontece desde a hora que se diz "sim" no altar, ou no cartório, está incluído no casamento com devida relevância.
O casamento não é um evento e a viagem não é uma fantasia, ou pelo menos não deveria ser. O casamento deve ser um somatório de eventos vivenciados em comum acordo por um casal, planejados, alguns até inesperados, que se dão em torno de um juramento de se amarem, se respeitarem e permanecerem juntos até que a morte os separem, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, no calor e no frio, na seca e na chuva, nas quatro estações do ano, por todos os janeiros que a vida lhe permitirem!
A chegada em uma nova morada deve ser a continuação de um primeiro momento privado do casal, em que um tenha expressado ao outro atenção, carinho, companheirismo, e, com a troca de afetos e a partilha de boas e longas conversas, possam ter feito planos, ter sonhado juntos, ter tomado algumas decisões simples e outras até importantes e despertado um conjunto de prioridades para curto, médio e longo prazo. A viagem deve proporcionar isso!
O casamento é um adeus a um tempo de nossa história que feita de lembranças boas e ruins, ficou para trás, nos conduzindo para um novo e promissor presente, que, por sua vez, bem vivenciado, irá produzir bons frutos para o futuro de uma família que está nascendo.
O que trazemos nas malas são objetos individuais que passarão a ser partilhados e conjugados. As roupas vão ocupar lugares próximos, a mobília organizada poderá conter um ou outro elemento que trazemos da casa dos pais, heranças com valor sentimental. Somamos o mundo de um ao do outro, mesmo se decidirmos ter só objetos novos, pois vamos expressar quem somos e de onde viemos em nossos hábitos e práticas mais comuns e corriqueiras. Vamos deixando de ser em alguns atos representativos, artistas atuantes da peça do namoro e vamos nos revelando. Isso não é desmascarar-se de um modo pejorativo. Isso é dar-se a conhecer em sua intimidade.
No casamento damo-nos a conhecer. As malas uma vez desfeitas, acabam com o individualismo em grande parte, porém definem com precisão limites que temos e que o outro irá conhecer e ter que respeitar, ter que se adequar, se ajustar. Essa é a tão misteriosa e temida fase de adaptação! Não deveria de ser nenhuma coisa nem outra! Começo é começo! O desconhecido vai sendo descortinado como o dia nascendo! Vamos sendo surpreendidos e até mesmo decepcionados!
Para isso devemos entrar na relação muito conscientes de que algo que foi constituído para durar para sempre tem que contar com reais ferramentas de manutenção e conserto! Algumas ferramentas de manutenção são a verdade, a tolerância, a renúncia mútua, o bom humor, a descontração, o companheiro, a parceria, a cumplicidade e a proteção. Já dentre algumas ferramentas de conserto e reparo, cito como principais o perdão, o abraço, o diálogo respeitoso e honesto e o compromisso de crescer e melhorar como indivíduo a cada dia.
Porém entre todas as ferramentas citadas faltou uma que de fato determina como seu casamento será conduzido: a oração! Sem ela as demais ferramentas vão se aplicar a alguns casos, resolver superficialmente e talvez apenas protelar problemas.
A oração sustenta e recria nosso ser todos os dias! Ler a Palavra de Deus também é outra ferramenta indispensável! Se lerem juntos, uau!!!! Vitória na certa diante de qualquer embate!!!
Seja como for que vocês, leitores, tenham entrado no casamento, eu os convido a reverem suas ferramentas. Elas também precisam de manutenção. Vão ficando desgastadas, espanadas com o uso... algumas vezes até indevido. Façam desses dias de Encontro bons momentos para se arregimentarem e ganharem força!
A viagem acaba, mas o amor, a paciência, a compreensão e a admiração de um pelo outro, sentimentos e atitudes outrora vivenciados na Lua de Mel, esses não podem acabar! Se tiver havido porém desgastes, há um caminho de restauração, que Deus se encarregou de preparar para nós neste Encontro!
Até lá! Aproveitem!
Abraço em Cristo,
Luzimar e Adriana.